As adolescentes de ontem e de hoje

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O ano começou e logo me deparei com um assunto muito peculiar: a adolescência feminina moderna. Estava eu andando pelo shopping e ao entrar nas lojas Americanas para comprar algumas coisinhas me deparei com um grupo de meninas, que deviam ter entre seus 14 e 17 anos, conversando sobre diversos assuntos e alguns deles me chamaram a atenção ao me mostrar claramente a diferença das gerações.

Engraçado sou eu, na faixa dos 30 e poucos, pensar em conflito de gerações. Porque se eu for analisar bem, a poucos anos era eu quem vivia usando essa desculpa para debater sobre as diferenças de opinião que tinha com minha mãe. Mas isso me fez mostrar que independente da época, adolescente é sempre adolescente, porém as atuais estão avançadinhas demais.

Pode até ser pré-conceito de minha parte, mas não consigo entender que seja normal a sexualização de nossos jovens. Hoje em dia as mães vestem suas filhas de 4 ou 5 anos como se fossem uma mulher de 18. Quando chegam à adolescência, vejo mães disputando de igual para igual em vestuário, atenção e namorados. Ou seja, estamos supervalorizando coisas que não valem a pena e deixando de lado valores importantes para a construção dessas crianças como cidadãos.

O grupo de menina estava à minha frente na fila e falavam de vários assuntos. Maquiagem, comida, festinha do final de semana, quem fez o quê de errado na escola e por aí vai. Mas o que me chamou mais a atenção foi a conversa tranquila e calma entre elas sobre o suposto “namorado” de uma delas. O assunto era bem claro: ele era casado. Colocando no ponto de vista que a mais nova do grupo deveria ter em torno dos 14 ou 15 anos e a mais velha, no máximo uns 17, qualquer uma delas ter um relacionamento amoroso com um homem casado é um afronte até para minha mente extremamente liberal.

Falo tudo isso, porque muitas pessoas confundem liberdade com libertinagem. Ou seja, não é porque uma pessoa tem o pensamento livre de amarras que ela necessariamente precisa ser leviana. Fiquei chocada com o decorrer do resto da trama até a hora em que foram chamadas ao caixa disponível para efetuar o pagamento.

Elas falavam abertamente sobre o que a menina supostamente deveria ou não fazer, mas em nenhum momento nenhuma delas foi contra o relacionamento da tal com o homem casado. Comecei a analisar sozinha com meu botões (mesmo com uma camisa sem), por onde andam as mães dessas crianças. Sim, crianças. Porque, por mais que elas pensem, se apaixonem, e algumas até possam votar, elas ainda são crianças. E isso não digo cronologicamente falando e sim de maturidade.

Eu, como todas vocês leitoras, já fui adolescente e sei que se “rebelar” contra nossos pais, se apaixonar pelo carinha mais velho, viver paixões de matar a alma faz parte do crescimento feminino. Mas, nunca, em meu mundo tão aberto e tranquilo de pensamento poderia imaginar como nossas meninas hoje em dia estão se sexualizando cada vez mais cedo.

São músicas, filmes, games e até brinquedos. Tudo hoje respira sexo. E nessa vai e vem sexual do mundo ouço os pais dizendo somente “ah! É a geração atual, não tem como mudar”, choquei! Já ouvi isso de amigas minhas que acha normal as filhas delas lá com seus 3, 4 aninhos ficarem dançando funk obsceno e ainda acham graça, tiram fotos, filmam e por aí vai. Desculpe, por mais “moderno” que o mundo esteja, a culpa não é do mundo e sim dos pais modernos.

Somos nós os responsáveis por orientam e cuidar da vida desses pequenos. É nossa responsabilidade zelar pela honra e visibilidade de nossos filhos e filhas fora de casa. Como poderemos exigir cautela e responsabilidade de nossos pequenos se damos liberdade total sem nenhum controle? Ser pai não é ser amigo dos filhos, é ser responsável por eles. Amigos eles terão aos montes e quando se enjoarem ou brigarem rompem a amizade. Com os pais não tem isso. Ser pai e mãe é para sempre, não é passageiro como uma amizade de rua.

Os pais modernos, querendo ser diferentes dos seus no passado, tentam ficar amigos dos filhos e esquecem que o que uma criança mais precisa é de provedores, protetores, zeladores. Isso não quer dizer que você precisa ser rígido, espancar e castigar o tempo todo, mas que deve sim ter pulso forte e não achar bonitinho que sua filha de 14 ou 15 anos esteja saindo com um marmanjo casado ou que é a coisa mais linda do mundo sua filhinha de 4 ou 5 dançar “até o chão” e ainda postar o vídeo aos risos no YouTube.

Evoluir não é não repetir os erros de nossos pais e sim aprender com eles. Ser pais está além de dar amor e castigo, você está preparando um ser humano para encarar o mundo sozinho no futuro. Você tem seus filhos para o mundo e não para você. Deixe de ser “amigo/amiga” de seus filhos e passe a ser “pai/mãe”. Amar é também saber educar. Educação se aprende em casa e não na rua ou na escola.

Não me tenham como chata viu. Só não consigo aceitar que muitos continuem usando a desculpa do “porque meus pais fizeram assim, serei diferente e farei assado”. Essa desculpa do “vou ser diferentes dos meus pais” não cola quando você deixa a criação dos seus filhos beirar a irresponsabilidade. Vamos para de sexualizar nossos filhos antes da hora. Deixamos as crianças serem crianças. Tudo na vida tem seu tempo. E sua filha terá a hora dela usar o salto alto, batom vermelho e namorar os carinhas mais velhos. #PRONTOFALEI

* Foto tirada do celular. Imagem editada para não mostrar o rosto de ninguém.





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6 comentários:

  1. Gostei muito do seu texto. Concordo plenamente com ele. É uma pena que as crianças e adolescentes deixem de viver momentos ricos e queiram avançar fases, valorizando o que não presta, o que ofende ou é falta de respeito e caráter. Adorei seu cantinho. Já estou seguindo!!!

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  2. É Elisabeth, infelizmente, a culpa é dos pais. Aquele maldito medo de "não farei com meus filhos o que meus pais fizeram comigo", porém foi o que eles fizeram que nos tornaram quem somos hoje, então eles não estavam tão errado não é? Criança e adolescente tem que o que a idade condiz e não ultrapassar etapas... Beijos e seja bem vinda!

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  3. Senti um tom sexista no artigo. A "culpa", se é que pode ser atribuída a alguém, o é às mães e filhas. Por onde andam os pais, homens? Como eles se relacionam com suas filhas e com seus filhos adolescentes? E responsabilidade dos homens casados que namoram essas meninas, onde fica? Sim, porque é de se supor que sejam adultos namorando crianças. Concordo que tem o lance da erotização precoce, do consumismo excessivo, etc. Especificamente no caso do homem casado/mais velho, cabe a ele respeitar o compromisso com a própria mulher e não se aproveitar da inexperiência da menina para ter um caso com uma menor de idade.

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  4. Oi Alessandra,antes de tudo, obrigada pela visita e comentário. Em seu comentário vc fala que eu escrevi um artigo (começa que foi uma opinião e não um artigo em si) com tom sexista. Pelo contrário, em várias partes citei "pais", relacionando a ambos na criação. Em alguns momentos sim falei das mães e filhas, até porque aqui é um blog feminino, mas lido por mulheres que homens e porque são as minhas referências entre amigas e mães.

    O caso à parte do homem casado, claro que concordo que ele também está errado, mas o caso que visualizei foi o de nossos adolescentes que estão começando cedo a se interessar por coisas, que ao meu ver, não condiz com a idade e maturidade deles. Levantar discussão sobre o comportamento certo ou errado do tal homem casado citado pelas meninas que cruzei na rua seria pano para outros e outros assuntos, que claro, ainda irei falar nesse ano de 2012. Aqui o que me chamou a atenção foi o fato delas estarem em grupo sozinhas andando pelo shopping falando coisas que comumente só ouviríamos em roda de adultos.

    Espero que volte sempre e que sempre tenha bons comentários como esse. Boa semana!

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  5. Orgulhosamente programei uma 'chamada' para este ótimo artigo no novo site dos Blogueiros do Brasil. O post será publicado dia 11/01/12 às 16h .

    Abraços cordiais.

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  6. Embora eu ainda pertença ao grupo das adolescentes, concordo total. Minha mãe, por exemplo, procura sempre aliar o respeito de mãe mas a confiança de amiga. Não sou santa, mas as vezes nos corredores da escola ouço umas coisas das meninas mais novinhas de tipo 12, 13 anos que me assustam.

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