Pacientes com Diabetes tipo 2 são mais propensos a desenvolver Pancreatite Aguda

Algumas pessoas sabem quem venho sofrendo de dores horríveis abdominais, com crises de gastrite seguidas por vômitos intermináveis. Em apenas seis meses minhas roupas não cabiam mais por conta da perda de peso descontrolada. Pulei três números no vestuário e passo várias noites indo às emergências passando muito, muito mal.

Fui em todo os médicos possíveis até que consegui marcar com um gastro para descobrir, enfim, o que eu tinha, mas até agora nada. Ainda estou em fase de exames (agora será a vez de tomografia e sangue completo). Mas depois de realizar a endoscopia a médica descartou que minha gastrite pudesse ser a causa das dores simplesmente horríveis que venho sofrendo a meses. O exame, porém, mostrou uma pequena alteração na vesícula, não tinham cálculos (pedras), mas o tamanho poderia indicar o que eles chamam de 'vesícula preguiçosa'.

Fiquei em pânico, quem não fica. Sempre estou realizando bateria de exames médicos e ninguém tinha visto que tinha algo errado com minha vesícula? Comecei a buscar informações em fóruns de pessoas que não tinham diagnóstico e tinham os mesmos sintomas que eu. Relatei minhas descobertas ao médico que solicitou uma tomografia e um exame de sangue completo para verificar não só a vesícula como também o pâncreas.

Todo esse meu medo é por conta de mais ou menos uns quatro anos atrás eu ter descoberto que tenho o que os médicos chamam de hiperinsulinismo que é a produção exagerada de insulina pelo pâncreas. Comecei a tomar comprimidos para controlar que também são usados por portadores de diabetes, já que o hiperinsulinismo é um dos sintomas causados pela Diabetes tipo 2.

A diabetes tipo 2 não é aquela que leva a pessoa a ficar dependente de aplicações diárias de insulina, pois ao contrário, o organismo é resistente a mesma, produzindo em excesso no corpo. Ou seja, temos mais necessidade de consumir alimentos com glicose pois nosso corpo está produzindo descontroladamente a insulina e diminuindo rapidamente o número da glicose no corpo.

Sempre fiz exames de sangue e como sempre fui classificada como obesa, os médicos, principalmente minha endócrina, sempre realizou o teste de glicose, que sempre foi baixa e nunca a preocupou. Porém começou a se preocupar quando, me incomodando, eu reclamava que não podia cortar da minha dieta o açúcar por eu tinha crises horríveis de dor de cabeça e me sentia mal quando não o consumia. Foi quando ela fez o teste oposto, testando a insulina e descobriu um número muito alto, me diagnosticando com hiperinsulinismo, e por consequência com diabetes tipo 2.

O tratamento é realizado com dietas, exercícios físicos e em alguns casos, com medicamentos. Mas alguns medicamentos causam desconforto e reações adversas terríveis, uma delas é causar vários problemas gastrointestinais. Por isso, cientistas norte-americanos começaram a realizar testes em pacientes portadores de diabetes tipo 2 com quadro de hiperinsulinismo para descobrir o que estava acontecendo e descobriram que os pacientes obesos, que consumem álcool e fumam, e que são portadores desse tipo de diabetes são três vezes mais propensos a desenvolverem pancreatite aguda.

Claro, que levei o caso ao meu gastro e por esse motivo ele solicitou os exames. Agora, como não tenho plano de saúde, me resta esperar o atendimento na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro (onde farei o exame) para ver se tem ou não algum problema no meu pâncreas ou vesícula. Todo cuidado é pouco. Claro que não vamos fazer do Google nosso médico pessoal, mas pesquisar e conversar com outras pessoas que tem os mesmos sintomas sem diagnóstico como nós, ajuda e muito, não só a gente, como os médicos a tomarem a decisão certa.

Sentiu algo diferente? Desconfie! Corra atrás de um médico e exija que realizem todos os exames necessários para sua melhora. É um direito seu, afinal, ninguém conhece melhor seu próprio corpo que você mesma.