Comecei a engolir cada letrinha do texto do Marcelo e do estudo da Mirian e fui percebendo que, infelizmente, muita coisa dita lá é total realidade. Marcelo citou uma matéria do Jornal da Globo (de 30 de março) que citava o valor da aparência. Isso mesmo, o valor financeiro da forma física humana nos tempos de hoje.
Tudo isso levou o autor procurar a antropóloga Mirian. Isso porque ela é autora de um livro (que já li e recomendo) muito especial sobre esse tema, 'O corpo como capital: gênero, sexualidade e moda na cultura brasileira' (2007), que ganhou uma reedição em formato revista em abril deste ano. Essa nova edição do livro eu ainda não vi, mas após ler o texto de Marcelo e ver a pequena inclusão sobre o tópico 'capital marital' no livro que já era ótimo fiquei tentada a correr atrás.
Mirian cita na entrevista dada a Marcelo no blog que em uma pesquisa realizada em dois grupos de mulheres, aquelas que eram magras, bonitas e com aparência jovial tinha inveja do segundo grupo, de mulheres com aparência não tão bela, gordas e com idades mais avançada. Onde a inveja morava? Simples! Como nunca ninguém percebeu isso antes (inclusive eu, tive bons exemplos entre amigas íntimas) não sei dizer. As magrinhas e belas se incomodavam porque não conseguiam estabelecer um relacionamento marital (ou seja, um casamento), por um longo tempo, enquanto àquelas que eram consideradas 'feias' pela sociedade, gordas e mais velhas, mantinham casamento que duravam cerca de 30 anos.
Na entrevista dada à Mirian uma das magras revelou que 'sempre teve muitos namorados, mas que nunca conseguiu manter um companheiro', e que por isso, sentiu inveja da outra que tinha um relacionamento feliz por 30 anos, coisa que a beleza da outra nunca lhe permitiu usufruir. Esse é o tema do livro da Mirian.
A bela não conseguiu usufruir do companheirismo, pois o corpo tem sido tratado nas últimas décadas como moeda de troca. Isso mesmo. Os homens 'desejam' ter as mulheres belas ao lado por status, poder, bons relacionamentos profissionais e 'N' outros motivos que não o amoroso. Porém, quando precisam, necessitam de um relacionamento verdadeiro, não conseguem enxergar isso com uma mulher excessivamente bonita, pois ela seria motivo de cobiça dos outros homens, e acabam então se envolvendo, e apaixonando-se por aquelas mulheres que são consideradas 'comuns' ou 'sem graça' pela sociedade. Afinal, elas estão fora do foco do desejo, e por isso, não são moedas de troca ou favores.
O texto da entrevista de Marcelo com a Mirian é gigantesco. Vale a pena dar uma lida em tudo lá e também, se conseguir, comprar o livro. Eu, deixo aqui a pergunta no ar: será que realmente vale a pena fazer qualquer coisa para ter uma aparência 'socialmente' aceitável para conseguir qualquer coisa, até marido?
Oi Ana,
ResponderExcluirGostei do post! Eu concordo: para conseguir e manter um relacionamento, atitude importa muito mais que beleza. Atitude e auto-estima.
Beijos,
Bela - A Divorciada
Não resisti e acabei escrevendo sobre o mesmo assunt! Qdo tiver tempo, vai lá! Adorei o tema, vc está coberta de razão. Precisamos escrever mais sobre isso.
ResponderExcluirhttp://realvalor.blogspot.com/2010/08/o-valor-das-relacoes.html
Bjs